Atriz perde indenização na Terceira Turma do STJ
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu,
por maioria de três votos a um, não conceder a indenização
pedida por atriz contra o laboratório omissis, por danos
morais a sua imagem. Em 1998, a empresa de medicamentos a contratou
para uma campanha de recuperação de imagem, após
o caso das pílulas anticoncepcionais que foram adulteradas
com comprimidos de farinha. Após o contrato com a atriz,
o laboratório omissis voltou a ter problemas com seus produtos.
Um lote de pílulas foi comercializado com cartelas de comprimidos
incompletas, em razão disso a atriz pleiteou uma indenização
de dois mil salários mínimos por danos morais.
O relator do processo, Ministro Castro Filho, deu voto favorável
ao pedido de indenização. Ele entendeu que, na sociedade
atual, a imagem tem primazia, sendo comum o uso de celebridades
como artistas e desportistas na publicidade, vinculando-os aos produtos.
A Ministra Nancy Andrighi pediu vista do processo e, depois de sua
análise, decidiu contrariamente a conceder a indenização.
A Ministra Andrighi se baseou em três argumentos para fundamentar
o seu voto. O primeiro é que a causa não discutia
dano moral à atriz como pessoa, mas sim dano a sua honra
profissional. "A campanha não apresentava a atriz como
especialista e sim como leiga. Portanto não vinculava sua
profissão ao produto. Tampouco ela estimulava o consumo do
medicamento, apenas apresentava a nova embalagem do produto",
assinalou a ministra. O segundo ponto levantado pela ministra é
que a atriz alegou que teria presumivelmente perdido contratos publicitários
e tido prejuízos em sua carreira por sua associação
com o laboratório. Mas no processo não havia provas
dessas perdas, não caracterizando por isso o dano.
O último argumento foi quanto aos novos problemas ocorridos
com os medicamentos do laboratório. Não houve nova
adulteração de medicamentos, e sim defeito de fabricação.
"Isso ocorreu num lote apenas. Segundo a norma NBR 5426, de
janeiro de 1985, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), há uma tolerância de 0,001%
para falhas na produção de remédios",
concluiu a Ministra Andrighi.
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